Ciclovias avançam no interior do Estado

A concentração populacional em centros urbanos faz com que a mobilidade seja um dos principais problemas enfrentados pelas prefeituras. Além do incentivo ao transporte coletivo, alternativas como ciclovias têm ganhado espaço nas principais cidades brasileiras. 

No interior do Rio Grande do Sul há diferenças entre os dez municípios mais populosos. Enquanto algumas cidades, como Pelotas, já têm grandes extensões de ciclovias, outras, como Caxias do Sul e Rio Grande, ainda não possuem faixas exclusivas para ciclistas. Em muitas dessas cidades, a comunidade vem pressionando para a implantação de mais ciclofaixas. Grupos de ciclistas defendem que, além de ser uma forma de enfrentar o problema de mobilidade urbana, a prática melhora a saúde e, com a diminuição do número de automóveis em circulação, reduz a poluição nas cidades. 

Seis já contam com faixas exclusivas

Pelotas disponibiliza hoje 32 quilômetros de ciclovias, conforme a prefeitura. Segundo Guto King, superintendente de Gestão Territorial, a próxima será na rua Félix da Cunha, de 1,6 quilômetro, com verba do Executivo. São previstas, por meio do PAC Mobilidade, do governo federal, faixas na avenida Leopoldo Brod (3,8 km), praça 20 de Setembro, rua Marechal Floriano (1,6 km) e parte da avenida Juscelino Kubitscheck de Oliveira (1,2 km). Os trabalhos devem começar em 2015. King diz que a prefeitura complementará a avenida Ildefonso Simões Lopes (2,52 km). Para Leandro de Melo Karam, coordenador do movimento Pedal Curticeira, os benefícios do uso da bicicleta são óbvios, mas é necessário começar a fazer. 

Em Santa Maria, há ciclovias em várias regiões. Na Leste, funciona pista (com 645 metros) que dá acesso à Universidade Federal de Santa Maria. A pista na avenida Roraima vai da BR 287 até o arco de acesso ao campus. A partir do arco, haverá pista que deve ficar pronta em 2015. Segundo o pró-reitor de Infraestrutura da UFSM, Eduardo Rizzatti, o primeiro trecho terá mais de 1 km. Na avenida Helvio Basso, há 1,2 km de pista. Na zona Oeste, ciclovia de 3 km liga o trevo da BR 158 ao Campo de Instrução do Exército. Há a ciclovia da Perimetral Maestro Ribas, com 1,4 km. Na avenida Nossa Senhora da Medianeira, a ciclofaixa de 1,3 km pode ser usada domingos e feriados das 8h às 17h.

Já os moradores de Novo Hamburgo ganharam a ciclovia embaixo da linha da Trensurb. São 4 km sob as estações Santo Afonso, Industrial, Fenac e Novo Hamburgo. Usuários destacam, porém, perigo nos cruzamentos. “Já fui atropelada porque um CARRO não me viu”, diz Gorete Lerner. Segundo o inspetor da Guarda Municipal Marcos dos Santos, os motoristas precisam dar preferência ao ciclista. “Está tudo devidamente sinalizado, mas alguns condutores não respeitam. 

Em São Leopoldo, dois trechos são destinados a bicicletas: 3,1 km na avenida Imperatriz Leopoldina e 1,8 km na avenida Mauá. Segundo Luis Wanderley de Souza, diretor de Mobilidade e Soluções Urbanas, o município já está estudando intervenções para definir novas rotas.

Canoas há mais de um ano elabora o Plano Diretor Cicloviário. Neste mês começaram as reuniões com a comunidade. O plano deve ser concluído até dezembro. Hoje, o município tem 6,3 km de ciclovias: 3,4 km na Avenida das Canoas; 1,1 km. divididos em dois trechos, na rua República; e 1,8 km na via de acesso à empresa Bianchini. A estimativa é construir 90 km de ciclofaixas. 

Gravataí tem 800 metros de ciclovia na avenida Brasil. Proposta, enviada ao Ministério das Cidades e à Metroplan, visa ampliar a malha, dentro do projeto de sistema de transporte do PAC Mobilidade para a região Metropolitana. O plano prevê ciclovia nos 11 km da avenida Dorival de Oliveira. O contrato deve ser assinado neste ano, para que obras comecem em 2015.

Estrutura é exemplo em Campo Bom

Pequenos municípios do Estado também já investem em ciclovias. Em Campo Bom, a faixa começou a ser construída em 1977. O trecho tem 20 quilômetros, formado por um anel central e pistas periféricas, ligando os bairros. Ela surgiu a partir da locomoção de operários para seus trabalhos em fábricas de calçados.

Mais 2 km de ciclofaixa estão sendo erguidas na Avenida dos Municípios, a partir da avenida Independência até a divisa com Novo Hamburgo. A previsão é que a ciclovia praticamente dobre de tamanho nos próximos anos, segundo o Plano Diretor de Mobilidade Urbana. “É a melhor ciclovia da região”, afirma o ciclista Gustavo Günter, que participa de competições em todo o país. “Temos TOTENSem concreto onde há placas informativas sobre o percurso”, acrescenta o prefeito Faisal Karam.

Projetos ainda não saíram do papel

Caxias do Sul, Rio Grande, Viamão e Alvorada ainda não têm ciclovias. No plano do Sistema de Mobilidade Urbana de Caxias do Sul, o SIM Caxias, lançado em outubro do ano passado pela prefeitura, consta apenas uma ciclovia. Será na rua Luiz Michielon, no bairro Cruzeiro, com 700 metros. Não há outras ciclofaixas previstas, porém, segundo Manoel Marrachinho, secretário de Trânsito, Transportes e Mobilidade, todas as obras de mobilidade, de agora em diante, terão previsão de vias para ciclistas. 

Em Rio Grande, conforme presidente da Associação Riograndina de Ciclismo, Marcos Quintana, há somente rotas traçadas na rua Roberto Socoowski. “São vias sem marcação, não de uso exclusivo do ciclista, e não estão dentro dos padrões do Código Brasileiro de Transito.” O secretário de Mobilidade Urbana e Acessibilidade, Edson Lopes, diz que há projeto executivo aprovado pelo PAC 2, de 27,5 km, que contemplará ruas da zona Oeste e áreas Central e Portuária, sendo que estará pronto até 2015. Um outro projeto, segundo Edson, que deve ser concretizado até fevereiro, é uma ciclofaixa de 7 km (em 37 ruas) com recursos municipais.

Viamão ainda não possui ciclovias. Em 2013, foi aprovado o Plano de Mobilidade, que prevê asfaltamento das ruas e a implantação de ciclovias. No momento, o projeto está em desenvolvimento com a pavimentação asfáltica de vias de acesso à cidade.

Em Alvorada, segundo a prefeitura, há projeto federal, por meio do PAC Grandes Cidades, que prevê ciclovia na estrada Caminho do Meio. O plano também inclui Viamão e Porto Alegre. 

Informações Correio do Povo

http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/539339/Ciclovias-avancam-no-interior-do-Estado