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23 de novembro de 2024

Ampliação da Ipiranga até Viamão aguarda análise de impacto ambiental

Publicação 20.10.2014 às 08:10

Fonte: Jornal do Comércio
Projeto envolve as prefeituras de Porto Alegre e de Viamão, o governo do Estado e o governo federal
Projeto envolve as prefeituras de Porto Alegre e de Viamão, o governo do Estado e o governo federal
Jornal do Comércio

 

 

O avanço da negociação sobre a ampliação da avenida Ipiranga até o município de Viamão, iniciada há mais de um ano, ainda depende da elaboração de um estudo aprofundado que avalie os danos ambientais que a intervenção pode gerar. O trabalho, que vem sendo desenvolvido pela Metroplan, deve ser concluído nos próximos meses. “Vamos contratar uma empresa para fazer estudos de alternativas que não causem dano ambiental à região”, explica o diretor-superintendente da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan), Oscar Escher. Uma vez que a conexão seria feita entre duas cidades, ele entende que deve haver cooperação entre os munícipios. O avanço das negociações depende do resultado deste estudo. “É um estudo bem complexo, que envolve levantamento de fauna, questões geológicas, topografia”, explica. 

 

Duas alternativas se revelam como melhores para o prolongamento da Ipiranga. A primeira seria na parte Norte da região, que contorna a parte mais alta do morro, entre a rua Antônio de Carvalho e o Campus do Vale, fazendo ligação entre o bairro Santa Cecília e o Beco do Carvalho. A segunda acompanharia a extensão do arroio Dilúvio e adentraria o Campus do Vale, seguindo um traçado de 2,3 quilômetros. Ambas têm impacto ambiental. Em conversas preliminares, a Ufrgs se mostrou favorável à primeira opção, que não seccionaria o campus.

 

Em setembro de 2013, uma audiência pública debateu a ampliação da avenida, em Porto Alegre, até o município de Viamão. A ideia inicial era de que a obra prolongasse a via à cidade vizinha, passando pelo Campus do Vale da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) até chegar à Vila Santa Isabel, já em Viamão. 

 

À época, o deputado Aldacir Oliboni (PT) propôs que debates mensais fossem feitos para discutir a possibilidade da ampliação. Entretanto, deste então, nenhuma nova audiência sobre o assunto foi feita. Aparentemente, o projeto está estagnado. De acordo com Escher, há um grupo de trabalho responsável pela questão, que envolve os municípios de Viamão e Porto Alegre e também representantes da Empresa Pública de Transporte (EPTC), da Secretaria Municipal do MEIO AMBIENTE (Smam), ambos da Capital, e da própria Metroplan. O grupo, porém, ainda não concluiu a proposta. 

 

Embora a Ufrgs tenha decidido esperar até que o projeto seja apresentado de forma mais concreta para se manifestar, tanto a Metroplan como a prefeitura de Viamão se mostram céticas quanto à aprovação da instituição.

 

O presidente da Associação de Amigos e Moradores do Jardim Universitário, Jessé Sangali, relata que a reivindicação dos moradores de Viamão já é antiga. A participação em audiências públicas sobre o tema fez com que fosse perceptível a dificuldade em expor o problema. “A impressão que dá é que essas reuniões servem mais para vincular o nome de alguém à causa do que para encaminhar alguma solução”, reclama Sangali. A partir desse entendimento, o presidente da associação iniciou mobilizações nas redes sociais, com a divulgação de vídeos com o intuito de sensibilizar as autoridades.

 

Alternativa facilitaria acessibilidade


Tanto os moradores de Viamão que pegam a ERS-040, desde Águas Claras até o Centro da cidade, como aqueles que vêm da zona Leste de Porto Alegre, passando pela estrada João de Oliveira Remião até proximidades da Restinga, na zona Sul, precisam transitar pela avenida Bento Gonçalves. A ideia de prolongar a avenida Ipiranga de modo a alcançar a região viamonense resolveria o problema de duas grandes vias que acabam afuniladas na Bento. “Boa parte da área já está descampada. Falta um terreno atrás da Faculdade de Medicina Veterinária da Ufrgs, de 900 metros, que atualmente é utilizado como pasto para ovelhas. O desmatamento e consequente impacto ambiental seria reduzido ao mínimo”, pondera Sangali.

 

O engenheiro vinculado à prefeitura de Viamão Nilton Magalhães afirma que negociações estão sendo feitas com a Ufrgs uma vez que, a princípio, a universidade não autoriza que o campus seja seccionado. “A alternativa pensada faria o contorno do anel viário. Interligaria o Jardim Universitário, passando pela área da Ufrgs, pelo Instituto Penal Irmão Miguel Dário, para então desembocar na Ipiranga com o Beco do Carvalho. Essa opção deixaria áreas de preservação”, aponta. De qualquer modo, a universidade procede, atualmente, um licenciamento ambiental das áreas do Campus do Vale e do entorno.

 

Uma vez que a área se localiza majoritariamente em Porto Alegre, em propriedade federal, não cabe à prefeitura de Viamão se envolver no arrecadamento de recursos. “Podemos entrar com a contrapartida de projetos, mas os recursos devem ser estaduais ou federais”, pondera Magalhães. Ele acredita, também, que as alternativas devem ser viabilizadas com um prazo mais curto, uma vez que, com o passar dos anos, é possível que a própria evolução dos modelos de transporte desafogue os engarrafamentos. 

 

Demais projetos, concebidos de forma separada, que visam à melhoria da mobilidade urbana na Região Metropolitana, envolvem o alargamento da avenida Protásio Alves, em Porto Alegre, com implantação de corredor central para ônibus, e a duplicação da estrada Caminho do Meio e da avenida Frederico Dihl, ligando Porto Alegre, Viamão e Alvorada, com implantação de faixa lateral exclusiva para ônibus e ciclovia. A solicitação de recursos foi enviada ao governo federal e encontra-se em fase de análise e aprovação.

 

Informações 

 

Jornal do Comércio http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=176805

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