O Transporte Metropolitano

O secretário estadual de Obras, Luiz Carlos Busato e o superintendente da Metroplan, Oscar Escher, participam, de 22 a 26 deste mês, da Oracle OpenWorld, em São Francisco, na Califórnia, em busca de tecnologia para avançar no projeto de bilhetagem única e integração do sistema de transporte das regiões metropolitanas do Estado. A ideia é acabar com as linhas de transporte individualizadas por cidade e implantar a integração por bacias licitando o sistema e criando um consórcio. O principal diferencial é que a gestão dos recursos não estará nas mãos do operador do sistema, mas deste consórcio, gerido pelo Estado e municípios. A proposta é implantar o piloto na região metropolitana de Porto Alegre até junho de 2014.

Fonte - Jornal do Comércio - Coluna Affonso Ritter link http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=134741

Metroplan quer integrar o transporte coletivo

A licitação do transporte público da Região Metropolitana pretende organizar e racionalizar o sistema. Para isso, está prevista a integração de todos os modais a partir de um bilhete único para a região, incluindo a Capital. O diretor-superintendente da Metroplan, Oscar Escher, explica que ainda faltam ajustes para a realização do processo, como o tipo de modelo de licitação e a conclusão da negociação com as atuais concessionárias em relação aos seus investimentos anteriores.

JC Logística - De que forma a licitação melhorará o sistema de transporte metropolitano e como ela será feita?

Oscar Escher - Primeiramente, essa é uma imposição constitucional. O que estamos trabalhando é com a decisão do que iremos licitar e o tipo de qualidade que queremos para o transporte. Isso envolve uma relação de 20 a 30 anos entre o operador, o gestor e o usuário. O modelo da licitação ainda precisa ser definido. A professora doutora Rosário Macário, de Portugal, nos trouxe a ideia de licitar por bacias, o que significa o conjunto de usuários de uma mesma região, e não por linhas, pois engessaria o processo.

JC Logística - O processo será semelhante ao da licitação do transporte urbano? As licitações urbana e metropolitana serão feitas em conjunto?

Escher - As autoridades de gestão de transporte estão bem divididas. Existe um sistema metropolitano, que é entre cidades, e o sistema local, que é urbano. Isoladamente, parece que funciona, mas se formos olhar de uma maneira geral, existe muita irracionalidade. Os municípios e o Estado precisam licitar o mesmo objeto para que se consiga a esperada integração. A integração envolve o bilhete único, que reúne os sete cartões hoje utilizados na região. Para que esse novo modelo que visa o benefício do usuário possa ser implantado é preciso também conscientização da sociedade e de todos os autores.

JC Logística - O consórcio que deve ser formado para administrar esse novo modelo faria a gestão do transporte público da Capital?

Escher - A ideia é fazer um sistema urbano-metropolitano, unindo os 32 municípios e o governo do Estado neste consócio que terá a gestão compartilhada. Estamos avançando muito institucionalmente nessa questão, pois o prefeito José Fortunati e o governador Tarso Genro estão dialogando sobre esse tema. Espero que ele seja implantado em breve.

JC Logística - Como está sendo a reação dos atuais concessionários quanto a essa futura licitação?

Escher - Existe a necessidade de se fazer um grande acordo. Os concessionários atuais querem ver reconhecidos os seus investimentos e nisso eles teriam, de início, uma vantagem competitiva. O Ministério Público (MP) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE) não reconhecem esse investimento, pois afirmam que foi fruto de uma tarifa pública. Quando se faz uma licitação atendendo a essas duas instituições, as concessionárias entram com liminares na Justiça e param a licitação. Quando se faz o trâmite reconhecendo o pleito dos atuais concessionários, o MP e o TCE interrompem a licitação para discutir judicialmente. Isso está acontecendo em Novo Hamburgo. O que se está buscando com este processo aberto e democrático é criar um grande acordo, no qual todos concorram para o mesmo modelo.

JC Logística - No novo modelo, deve estar prevista a remodelação das linhas?

Escher - O objetivo é qualificar as troncais, com a implantação de mais de 50 quilômetros de corredores exclusivos para os ônibus entre as cidades da Região Metropolitana, e também com a racionalização do fluxo de veículos. Com isso, o usuário deve ganhar mais opções e também reduzir o tempo de espera nas paradas.

JC Logística - A previsão é de que em 2014 comece o processo licitatório. O senhor acha esse prazo razoável?

Escher - Estamos trabalhando com muito afinco para, no mínimo, licitar o eixo Norte no próximo ano, envolvendo as operadoras da região e a Trensurb. O secretário de Obras Públicas, Irrigação e Desenvolvimento Urbano do Estado, Luiz Carlos Busato, não quer dar prazos porque isso gera compromisso público.

Fonte Jornal do Comércio http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=134205