Estamos rodando mais de carro no Rio Grande do Sul

O consumo de gasolina no Rio Grande do Sul em abril passado (último dado disponível) cresceu 11,3%, bem acima do aumento do consumo em nível nacional, de 6,9%, quando comparado com o mesmo mês de 2012. Os dados são da Agência Nacional do Petróleo (ANP). No ano passado, os gaúchos consumiram 242 milhões de litros de gasolina e os brasileiros consumiram mais de 3,1 bilhões.

Neste ano, o consumo gaúcho foi de 270 milhões de litros enquanto no Brasil, foi de 3,3 bilhões. Só entre o mês de março e abril, o consumo aumentou em 2%, enquanto no ano passado havia sido de 1,4%. Segundo o economista e coordenador regional da ANP, Edson Silva, a elevação está diretamente ligada ao aumento da frota do Estado que, no mesmo período aumentou em 6,8%. “É um aumento significativo se comparado com o consumo nacional. O poder aquisitivo do consumidor gaúcho alcançou um poder de renda e isso explica o aumento. Principalmente porque, ao contrário do que aconteceu com outros produtos, o combustível teve aumento de 5,1%, abaixo da média nacional da inflação”, comenta o economista.

O coordenador destaca que o uso intensivo do veículo popular pelos gaúchos também afetou o consumo, já que o movimento nos grandes centros se intensificou, gerando mais engarrafamentos, aumentando os gastos com os combustíveis e diminuindo a preferência de utilização do transporte público. “Se a qualidade do transporte público fosse melhor, esse aumento não teria sido tão grande quanto foi apresentado. Houve uma priorização do veículo particular em detrimento do público”, garante.

“Nosso transporte público precisa melhorar”

O superintendente da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano, Oscar Escher lamenta a situação atual do transporte público no Estado. “Os estudos que temos na Metroplan, feitos a partir de 2004 e terminando em 2008, apontavam uma crescente diminuição dos passageiros no transporte coletivo regular. Entre outros fatores, o aumento do transporte por fretamento por empresas e universidades e o transporte clandestino, além dos carros particulares influenciaram essa diminuição”, relata.

“Nosso sistema de transporte público precisa melhorar muito para atrair mais passageiros. Não de maneira genérica, mas na qualidade das vias, da frota, na alternativa de horários, na frota enfrentada em horários de pico, tem muito o que ser feito para que ele seja mais atrativo e se torne a melhor alternativa”, destacou. De acordo com o superintendente, cerca de 2,2 milhões de passageiros utilizam diariamente o transporte coletivo na região metropolitana. Ele acredita que a principal demanda da população não é só o preço da passagem. “A melhor estratégia para trazer a sociedade ao coletivo é a qualidade e a segurança dos horários”, disse.

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